No centro de Feira de Santana e dos grandes centros urbanos, notam-se a grande quantidade de flanelinhas, guardadores de carros, espalhados por nossa cidade, onde os mesmos fazem do serviço informal sua fonte de renda. Eu costumo ouvir em rodas de conversa entre amigos sobre o assunto que “flanelinha” simplesmente não zela pelo veículo, afinal de contas ele domina uma área muito grande sendo impossível a sua vista alcançar ou mesmo impedir algum dano ao carro. O proprietário encontra marcas e riscos indesejáveis em seu automóvel.
É válido mencionar que a conduta dos flanelinhas deve ser combatida, haja vista que os mesmos exercem uma espécie de coerção sobre os motoristas, onde alertam sobre a falta de segurança da região e exigem certa quantia para que se comprometam a guardarem os veículos, mas no entanto não cumprem com o combinado, onde inúmeras vezes furtam os veículos os quais deveriam estar protegendo.
É comum ver as ações dos flanelinhas nos Estádios de Futebol, a prática dos flanelinhas no que tange ao "zelo" com os veículos que por ali estacionam, é uma realidade infeliz, onde a justificativa de alguns e a falta de opção de trabalho lícito e garantido, onde lançam mão dos "trocados" que recebem para prover o sustento próprio e de suas famílias.
Constituem uma praga, esses flanelinhas. Não sei em Feira de Santana, mas já se vislumbram, aqui e ali, movimentos para acabar com essa hipocrisia de “cobrar para reparar o veículo”. Na verdade, é extorsão pura e simples.
Recentemente um juiz de Porto Velho, Daniel Ribeiro Lagos, condenou um desses flanelinhas por ter constrangido e agredido o dono de um carro, exigindo que ele pagasse R$ 10 por ter vigiado o veículo.
O juiz aproveitou a decisão para chamar atenção das autoridades sobre os flanelinhas: “está passada a hora das autoridades assumirem uma postura desprovida de hipocrisia em relação à atuação nefasta dos chamados ‘flanelinhas’ que, a pretexto de trabalho, exigem dos motoristas pagamento por serviços de vigilância para estacionar em via pública, arvorando-se ‘donos’ do espaço público, quando se sabe que o que se cobra não é vigilância, mas pagamento para não ter o bem danificado”.
O que mais me incomoda nos flanelinhas é a falta de compromisso com o prometido de zelar do carro e a postura arrogante e descortês utilizada tanto na hora de estacionar como na hora de apanhar o carro. Aliás, na hora de estacionar eles não aparecem, simplesmente na volta chegam como se estivesse ali o tempo todo. Talvez os flanelinhas não vão ler este artigo, mas eu me atrevo a deixar uma dica para eles: Quando o dono de carro chegar e estacionar, cumprimente-o com educação e cortesia dispondo-se para cuidar do carro dele e na volta esteja lá, solicitando sua contribuição (moeda). Quem sabe assim esta “classe” seja mais compreendida e mais aceita no seio da sociedade.
Historia de flanelinha
Ouvi contar que em Salvador existe um flanelinha que é cego! Sabe como ele faz? O carro estaciona e ele diz “Pode deixar ai patrão que eu to tomando conta! Sem entender o motorista diz que ta ok. Na volta ao acionar o alarme para destravar o carro o flanelinha pede a modeinha dele e se o motorista não der ele indaga “Você é o dono ou é o ladrão?” Se for o dono dá a moedinha do flanelinha, se for o ladrão eu vou gritar. Resultado: Um flanelinha “cego” sempre recebe sua moedinha por tomar conta de carros.
Impressionante a que ponto chegou a prática da cobrança para se “guardar carros”.
Por Josman Lima